terça-feira, 15 de novembro de 2011

Controlling my feelings for too long.



Determinadas músicas, por mais recorrentes que sejam, conseguem expressar melhor o que você vem pensando por meses e a postura que quer continuar adotando, dessa vez como uma nova interpretação - ainda que com teoricamente o mesmo significante - e a surpresa de saber que por mais que você espere novos sentimentos, novas formas de ver o mundo, você irá se deparar em locais diferentes e pessoas diferentes com sentimentos mal acabados e mal interpretados, tendo que lidar mais uma vez com aquilo que você mais tem medo, ou que você simplesmente não sabe lidar.. ainda.
A grande diferença da última vez que senti esse mesmo sentimento e que comecei o post vomitando um monte de frases que - para os outros - não tem nexo, é que agora eu sei que posso enfrentar e esperar o momento certo, agir com determinada paciência que antes me faltava, deixar de lado o desespero e agir racionalmente... Talvez isso, de fato, seja o maior sinal de maturidade que tenho adquirido esse ano, indo além da experiência de sair de casa e de todo conhecimento jurídico-filosofico que adquiri. A desilusão com o que existe é, de fato, mais forte.


"mas podemos mudar de situações caso aquela te incomode tanto que não dê pra aguentar, basta, para isto, ser forte. E eu, definitivamente, não sou."

Tive que passar por muitas situações e, ao mesmo tempo, abrir mão diversas vezes de determinados sentimentos mas, posso dizer agora, corrigindo: definitivamente, eu sou.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

She.

"A contemporaneadade trouxe diversos aspectos para a vida do ser humano, incluindo novas relações socioeconomicas e diversas formas diferenciadas - e porque não revolucionárias? - de encarar o mundo. Vivemos, então, em uma época em que conceitos anteriormente enraizados, vêm, cada dia mais, sendo desapropriados e, quando não destruídos, modificados. Dentre esses, vêm se destacando a questão do gênero, que não apenas traz questões sobre o conflito homem x mulher, mas também, nesse novo dinamismo, discute 'valores' e quais seriam afinal de contas o novo papel que o sexo assume na sociedade hoje tida como pós-moderna.
As raizes de tais questões, porém, não são recentes e nos remetem a meados do século XX, quando o movimento feminista ganhou força, momento histórico em que várias mulheres do mundo inteiro passaram a tomar consciencia de sua condição e transformações efetivas passaram a ocorrer. No campo da medicina, por exemplo, os contraceptivos tiveram uma importância gigantesca na liberdade da mulher, trazendo não apenas a ideia do novo significado do ato sexual, mas, além de tudo, introduzindo um novo conceito de liberdade e uma nova visão da sociedade para com a própria mulher, pois conceitos milenares como o da mulher tida para 'reproduzir' foram colocados em cheque e, a partir de então, tidos como ultrapassados, mostrando que nessa 'simples' descoberta diversos paradigmas foram quebrados. Na mesma época, sociologos como Foucault passam a discutir a questão de genero e filosofas como Simone de Beauvoir não apenas se tornaram ícones do feminismo, mas trouxeram contribuições gigantescas para a sociedade com seus diversos trabalhos em vários campos.
A partir de então, tais transformações foram crescendo e se alargando cada vez mais, como podemos observer no campo político, em que, no Brasil, o direito ao voto foi conquistado em 1930 e, em menos de um século, foi possível assistimos ser eleita com uma maioria substancial de votos a primeira mulher presidente do Brasil, a admirável Dilma Rousselff que, ao lado de mulheres como Cristina Kirchner, são a prova viva da nova mentalidade de grande parte da sociedade e do novo papel da mulher nos dias atuais. Filmes como O Sorriso de Monalisa e A Excêntrica Família de Antônia passam a entrar em cena e, dessa forma, colocam pessoas para refletir ao passo que contribuem para acabar o que ainda resta de preconceito.
Entendo, dessa maneira, que a questão do papel da mulher na sociedade globalizada vem sendo demonstrada diariamente, no momento em que as mesmas são maioria em escolas e que demonstram estar conquistando seu lugar efetivo, tomando consciencia do seu papel e construindo uma visão para si (ao passo que destroem outras). Porém, também é sabido que tais modificações ainda estão longe de acabar, a partir do momento em que ainda existe preconceito e falta de conhecimento a respeito dessas questões. Por conta disso, acho necessário e extremamente importante que a mídia, os governos e a própria escola se empenhe na busca da conscientização das pessoas com o intuíto de continuarmos construindo esse novo contexto para a sociedade, colocando a mulher e o homem em evidência, de maneira igualitária não apenas na lei, mas também na prática."



Hmm.. Artigo de opinião que escrevi pro colégio, só pra treinar um pouco pra UFPB. Não tá muito bom e tal, mas é bom pra mudar um pouco o foco do blog, além do fato de que se encaixa perfeitamente bem no nosso contexto histórico.
Passei no vestibular, então acho que vou começar a usar isso de uma maneira mais efetiva, nem que seja pra publicar alguns artigos de opinião ou ir treinando a escrita mesmo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010



A idéia de colocar esse vídeo depois de praticamente 6 meses sem postar nada que preste (e com isso quero, sinceramente, incluir o post passado, porque toda vez que o leio tento entender o que tentei expressar mas.. acaba terminando sempre em um fail), não é apenas em relação ao fato de Snoopy ser um desenho que meus filhos irão assistir, mas justamente porque nesse vídeo acaba resumido os motivos pra que eu não venha postando ultimamente.
O fato de começar me 'explicando' através desse vídeo não é à toa. Verdade é que, depois de ingressar nesse novo universo, o chamado '3o ano'/'pré-vestibular', parece que sua vida INTEIRA se resume a isso, todos os seus sonhos e expectativas estão depositadas no esforço que você deve/tem que realizar esse ano para que, chegando em novembro/dezembro, saiba preencher todas as bolinhas que irão definir sua vida por no mínimo um ano. Chega a ser irônico e demasiadamente assustador.. Bolinhas, pontinhos pretos/azuis que irão definir sua vida. A pressão que existe dentro dessa afirmativa é tão grande que chega a ser ridícula (no final.. talvez até seja).
Pra quem me conhece, nada mais óbvio seria um post dizendo o quanto odeio o sistema educacional brasileiro e como acho que este não consegue medir nosso conhecimento mas sim a paciência e a (pasmem) falta de senso critico dos alunos. Só que, nesse momento, quero interligar alguns pontos que observei durante esses 6 meses pra que possa dá base as indagações que quero fazer aqui. So, let's go.
Entrei para o 3o ano 'olímpico' do suposto melhor colégio da cidade. Tal idéia já começou a me intrigar, porque a alguns anos atrás a própria idéia de estar inserida em um ambiente em que todos ali foram julgados como 'superiores' aos outros me faria pensar realmente se estava no colégio certo, que iria de acordo com meus valores. Com o passar do tempo, fui descobrindo que até mesmo meus valores foram postos em teste e, não necessariamente encaro isso com uma coisa ruim, pois já que estamos na escola para aprender, por que não aprender um pouco mais sobre como devemos encarar a vida e nossos supostos princípios? Seja pra aprofundar no que acredito(ava) ou pra construir uma nova teoria, resolvi ficar na sala.
Diante dessa idéia de desafio, de ver o que a sala 'tinha pra oferecer', deixei-me embarcar nessa 'aventura'. Comecei a observar as pessoas que estavam ali, percebi alguns que questionavam e isso levou a uma nova etapa no colégio, em uma sala de aula em que nem tudo que o professor falasse era engolido (e tanta coisa já se engasgou em mim, meu deus) sem antes ser realmente entendido. Por outro lado, percebi que tinha gente ali que seguia exatamente o padrão que o ensino brasileiro quer (ou pelo menos queria, antes do ENEM), aqueles que conseguem tirar nota boa na prova mas consciência critica que é bom? Nada.
Sinceramente, acho que é aí que reside uma das maiores falhas do nosso ensino. Tem-se a idéia de que saindo do colégio, você é um cidadão formado para o mundo, que entende basicamente de cada uma das ciências e sabe aplicá-las no seu dia-a-dia. Com o vestibular, tornou-se evidente que isso vem sendo esquecido cada dia mais. Algumas pessoas que são aplaudidas por conseguir uma classificação boa em algumas provas são as mesmas que, parando pra conversar, me deparo diversas vezes com frases como "Não gosto de política. Acho tudo idiotice e só tem corrupção e ladrão ali" ou outras como "Ler é perda de tempo, consegui fechar a prova de literatura sem ler nenhum livro". Diante disso, paro e reflito... Certo que cada um tem sua opinião e que, teoricamente, a partir do momento em que estamos numa democracia, devemos tentar entender cada ponto de vista e respeitá-lo. Mas até onde uma pessoa que pensa assim está pronta pra ingressar na universidade, se graduar e ser considerado um cidadão formado, com capacidade de estar não apenas no mercado de trabalho, mas que basicamente tem um nível cultural e intelectual que abrange diversos conhecimentos? Será que o único fato de conseguir solucionar uma 'prova' responde por todo esse questionamento? A opinião não conta? E, se sim, que tipo de opinião? Não seria, então, antidemocrático estabelecer um tipo de opinião como correta, ao passo que seria um 'erro' colocar apenas uma 'prova' para medir conhecimento e esquecer que a formação de um cidadão não se trata apenas disso?
O problema que reside nessa questão vai além disso, se trata também do papel da escola na vida dos alunos e até onde ela deve interferir em nossa educação. Pergunto-me, realmente, qual seria o papel da educação nos dias de hoje, se não apenas uma 'decoreba' para passar no vestibular (que, afinal, se tornou um FIM e não um MEIO). E os professores, autoridades que supostamente são chamados de educadores, até onde devemos ou podemos questioná-los? Nesse ponto, lembro de duas cenas que presenciei, para piorar a raiva contida que tenho do fato do ensino brasileiro cobrar um exagero de conhecimento sobre algumas áreas (exatas, pra ser mais especifica) e desprezar outras (humanas), as duas cenas mais absurdas que aconteceram em minha sala foram com um professor de matemática e outro de física. O primeiro retirou pontos de uma questão de uma aluna porque a mesma não expressou seu raciocínio lógico através de cálculos e sim por extenso, dizendo que ali 'não era uma prova de redação'. A outra cena se tratou de um professor de Física chutando um livro em sala de aula por dizer que 'tem muito desses lá em casa, esse aí é lixo'. Me pergunto, então, nos dois casos, onde está o suposto senso crítico, a inteligência, o bom senso e a ÉTICA de pessoas que são nossos EDUCADORES e deveriam estar ali não somente pra nos fazer aprender formulas mas pra ensinar como agir e como formar nossas opiniões e pensamentos.
Então, fica a pergunta no ar, qual seria o papel do colégio? Educação, decoreba, ensinar como resolver problemas e decorar 'fatos' históricos, formar senso crítico ou o quê? Nesse ano, esses questionamentos são alguns dos mais presentes na minha rotina e resumem um pouco do que tenho visto e aprendido, mudando um pouco o foco desse blog (porque, realmente, não há tempo para o amor, como diz o vídeo) e trazendo um novo angulo que anteriormente eu havia esquecido. (até porque.. será que até mesmo o amor não inibe um pouco um senso crítico?).
E, afinal... Do que se trata o senso crítico?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

The Birth and Death of the Day.

Não, a culpa não era de um relacionamento frustrado.. Nem dela ter morrido, de algum caso mal-resolvido. A culpa não era, não é, dos conflitos gerados em casa. A culpa, definitivamente, não está nos livros que não fazem mais sentido. Nem mesmo na droga do colégio que já não a faz mais querer estar lá. A culpa não é da sua memória afetada, muito menos da bebida, que sua mãe custa em julgar. A culpa não era do ano passado inteiro, de todas as vezes que errou e se sentiu sozinha depois. A culpa não é de ter dormido tantas vezes sozinha, querendo ter alguém para ao menos pensar. A culpa, mais uma vez, não foi de ter acabado tudo que ela custava em acreditar. A culpa, meu deus, não foi dela, que por estar longe não pode ajudar. A culpa.. Que culpa? Ah, aquela que ela passou o ano todo julgando, perguntando, procurando, pensando. Aquela que tantas vezes foi citada por aqui numa tentativa de encontrá-la, de acusá-la, de trazer aquela paz que definitivamente não PODE nem DEVE existir. É, aquela culpa.. Sabe, demorou, entende? Foi difícil enxergar, no começo, por tentar de toda forma encontrar um anteparo, um estepe, um encosto pra aguentar as derrubadas e essa mania de achar que está sempre atrás. E, putz, ela estava. Acostumada a passar primeiro por todas as emoções, por tomar sempre as decisões certas, ter sempre algo em mente e ter uma causa, ideologia, razão.. razão? um chão, na verdade, algo pra se firmar, como já disse. Acostumada a não ser ultrapassada, a não ver ninguém crescer mais que ela. Mas isso se perdeu, mudou. Tentou culpar o mundo depois de tantas tentativas, tentou se localizar em alguém, tentou se localizar com livros, talvez se perder completamente com a bebida, com o existencialismo (afinal, que porra de filosofia é essa que sempre intrigou todo mundo?), tentou falar alto, tentou ficar calada pra só ouvir e foi se reprimindo mais por achar que estava cada dia mais errada... Chegou a inconstância, a tristeza, a falta de objetivo por perceber que não há o que fazer, que não se pode se achar procurando algo.
E então percebeu. Percebeu que se achasse, não teria lógica. Percebeu que o problema dela era não ter mais paciência o suficiente pra se preocupar com as próximas roupas que iria usar, paciência pra entrar nas comunidades mais cool e selecionar os amigos que poderiam ou não fazer parte de sua elite pessoal. Sem paciência pra entender e postar diversas vezes Caio Fernando Abreu dizendo ser ele o mais bonito do universo e até mesmo, por uns tempos, cansou de blog, de beber, de viver um universo em que ser você mesmo é OBRIGATÓRIO e isso acaba te fazendo mentir, te desvirtuando do principal. Aliás, até hoje ela não descobriu o que é o principal. As respostas pras questões que aqui estão, ela ainda não descobriu, como por exemplo se vale a pena amar, se vale a pena beber até chorar, se vale a pena se expor a todas as emoções or just feel no pain, being one island, se se se se... Enfim.
Só que, durante todo esse caminho, entre tantas perdições, ela aprendeu algo. Depois de ter se declarado, de ter saido da ingenuidade até chegar ao ponto de ter nojo de si mesma. Quando estava cansada. Simplesmente foi deixando as coisas andarem, curtindo cada momento, let it be. Se encontrando em outras pessoas, observando cada dia mais os outros tipos de realidade e, apesar de não ser mais aquela menina que assiste as pessoas passarem em seu rodo-cotidiano, com as idéias cada dia mais perdidas e sendo apenas como mão-de-obra num mundo tão mais interessante e ao mesmo tempo contraditório... Apesar de não ser aquela menina, continuou com a mesma paixão que havia antes por observar os locais, por escrever, por ouvir uma música e decifrar o que aquilo quer dizer pra ela, pra você. Assim, eu poderia dizer que foi do nada, parecia mais bonito né? Mas não foi. Custou, cara, custou muito e ainda custa bastante colocar os pés no chão e perceber que voar é melhor do que está inserido nessa pseudo-realidade frustrante. Custou tanta coisa e pode vir a custar mais, se ela mudar de idéia. Afinal, não se cresce de um dia pro outro, não se muda de idéia assim, do nada. É difícil encontrar diante de tantas dúvidas, uma paz.
Paz. Um belo dia ela acordou, tranqüila e percebeu que apesar de todo o caos que era sua vida, o tempo trouxe, sutilmente, a pseudo-paz que ela precisava. Não é que não seja paz, não é que esteja errado... Apenas trouxe alguma coisa pra pensar, um quase-objetivo.
Ela deixou de lado o que incomodava... Ela passou a conviver com seus defeitos, afinal, 'ninguém sabe qual é o defeito que sustenta todo o edifício que é sua vida'. Ela voltou a ler, a se apaixonar, se excitar e pensar em como poderia melhorar, mesmo sabendo que diversas vezes era encarada como pseudo-something. Afinal, de pseudo todos temos um pouco. Ela parou de se importar.
Ela cresceu.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

I love you sometimes always never.

Inconstância. Talvez seja isso que eu esteja passando, ou simplesmente uma característica minha apurada, no momento. Ao passo que aproximadamente uma hora atrás escrevo um post estilo crônica, irônico e divertido, o momento passa, deixando um vazio. E nesse vazio tenho residido. Não é o tom de férias e o ócio que acompanha, talvez tenha a ver com o fato do fim do ano se aproximar (e, realmente, a nostalgia tende a se tornar cada vez mais forte, até que o sentimento se rompe em lágrimas, ao passar do ano, entre tantos fogos de artifício), talvez o fato dos meus sweet sixteen estarem realmente acabando (infelizmente, felizmente acabando..), mas principalmente, o que me deixa nesse vácuo profundo em que todas as palavras se perdem e escrever aqui já não me alivia é essa falta de objetivo... ou de tantos, vários, que dificulta a mínima realização, por achar que os poucos que consigo não são o bastante, não me completam.
Angustiante saber que meus sweet sixteen estão prestes a acabar e tantas coisas não foram realizadas. Não apenas porque sempre gostei dos 16 anos, uma idade tão intermediaria e linda... Mas também por descobrir novamente que algumas partes do crescimento que desejava não é assim tão bonito quanto se pensava. É difícil perceber que meu ano tão 'badalado' e cheio de besteiras que tanto sonhei em fazer, todas as noites na cachaçaria, no parque do povo, no bronx, no tenebra, todas as bebedeiras incontáveis, na casa dos amigos ou whatever, tudo que foi feito... Foram colocadas sobre um pano de fundo onde há um vazio gigantesco que não sei definitivamente quando surgiu. Essa falta de algo acaba me tornando inerte ao que possa levar.
E na medida em que o tempo avança, que as coisas tomam destinos, mergulho nesse mar morto cada dia mais. Não tão somente pela idade, pelo 3o ano, pelos cursos e decisões prestes a serem tomadas, mas por olhar pra essa liberdade recém conquistada e me perguntar o que fazer dela. Que destino dá a meus princípios ainda não completamente formados, passivos de serem modificados, tantas filosofias e meios de ver observar o mundo e, ainda assim, não haver uma que meu atraia a ponto de adquirir uma posição. É como se nessa mudança de idade eu quisesse ficar ainda no estágio de escuta, de mera observadora nas discussões que me cercam... Continuar na velha relatividade, acreditando que tudo é passivo de mudança e não há necessidade de se assumir uma postura (ao menos não ainda). Só que, aos 17 anos, em um momento em que suas decisões viram protagonista da sua vida, mostrando que agora é com você que as rédeas estão, torna-se difícil continuar nesse meio de ver o mundo, nesse comodismo, just looking.
E é nesse ponto que a inconstância retorna. A relatividade vem daí. A mudança de humor, de pensamentos e ways of(f) see our life, se torna um embaralhado gigante e faz com que os sentimentos sejam os mais diversificados. Os milhares de pensamentos e assuntos que decorrem de um tópico apenas fazem com que sua cabeça gire, que posts como este fiquem uma bagunça de conteúdos e temas, mudanças estranhas de pensamentos e falta de coerência, talvez porque tudo anda assim, sem um rumo... Talvez porque a vida seja assim inconstante e isso seja o tom de emoção que há na mesma... Talvez porque, realmente, pôr em cheque o que se pensa faz-se necessário cada momento e mudar não seja um problema, mas até que ponto?
Principalmente por ser alguém de extremos, as coisas tendem a me irritar. Viver nesse talvez, nesse cansaço de nunca tomar uma decisão concreta, de passar a vida devaneando sobre o passado que deveria servir de parâmetro pra não cometer erros no futuro... Parece que o momento passou, that I missed the starting gun, que eu sou a Carolina que ficou na janela observando a banda passar.
A vontade de ter mais tempo pra pensar, pra decidir, de parar no momento e analisar minha vida. And, in the other hand, aquela velha vontade de tomar uma posição, começar a agir até que essas dúvidas passem.
Talvez com o tempo isso passe... Talvez não. Sei que agora, nesse momento, está escuro, está chovendo. E fica difícil decidir que palavras usar quando não há o que defender e há tanto no que pensar.


'It's growing cold
I'm growing old
Is this the only way to see the fire?
It's raining...'

@ Porcupine Tree.

domingo, 18 de outubro de 2009

Let's get together and talk about the modern age.

"We are the middle children of history, with no purpose or place. we have no great war, no great depression. Our great war is a spiritual war, our great depression is our lives"
- Fight Club.

O interessante de se observar em situações como a que vivi ontem é, além das consequências, as causas para que não só eu estivesse naquela situação mas também as possíveis razões das outras pessoas.
Tento, realmente, acreditar que todos eles vêem um sentido naquele lugar, naquele estado de espírito e em toda aquela quebra de 'leis' e 'regras', não apenas como um sentido de se rebelar contra nada (apesar de que isso já demonstra uma filosofia perpassada hoje em dia), mas sim como algo que está presente na juventude de hoje, na nossa geração, no nosso desespero, já que 'nossa grande depressão é a nossa vida'. Se estar ali significar se rebelar contra a vida sem sentido que temos, então já são justificáveis tais atos (se bem que, seguindo mesma lógica, seria justificável tirar a própria vida, por não ver sentido algum).
Filhos de classe média/alta, escondidos atrás de um cigarro e/ou uma bebida, algumas crianças em espírito, adultos na idade e vice-versa (como a traduzir que hoje em dia a idade não significa absolutamente nada), utilizando de atos para se rebelar ou simplesmente demonstrando que, pra eles, seu pensamento é tão contrário contra tudo que ouvimos falar todos os dias que aquilo tudo se tornou normal, nada mais nada menos do que diversão, não sendo uma forma de se manifestar diretamente, apenas demonstrando que suas ideologias vão, verdadeiramente, contra tudo que propaga a velha ética e moral.
E então, me vejo com uma latinha e um cigarro em mãos, escutando aquelas músicas que têm um sentido que vai além de um ritmo agradável ou uma letra bonita, mas uma forma de protestar contra a falta de sentido, a falta de procura do próprio sentido pelo senso comum, pela velha massa. Deparo-me com as imagens daquela noite, com pessoas fumando ‘um’ publicamente (absolutamente normal?), com alguém barrando a menina de 16 anos de comprar cerveja (eu? prefiro interpretar que moralismo falso não existe apenas no colégio ou em casa), pessoas curtindo a noite, pessoas conversando sobre tudo aquilo que nos cerca - "let's get together and talk about the modern age" @ rilo killey - outras pensando na próxima forma de impressionar seus amigos, outras perguntando porque estão ali, outras fugindo de seus problemas, outras tentando encontrar o sentido em suas drogas, em seus amores (de um dia ou de anos, whatever, tentando encontrar em outro ser humano), em suas falsas ilusões criadas pra diminuir essa angustia que nos cerca todos os dias e tende a permanecer até que tudo isso acabe (ou não - e isso nos remete a outras questões intrinsecamente ligadas as primeiras.. para onde vamos?), em suas religiões, em tudo aquela 'ideologia' formada pra que nos convencemos de que tudo é assim e não podemos mudar (ou, para alguns, que podemos.. e isso também é uma forma de se encontrar).
Me vejo pensando, então, naquele momento exato. Não do inicio da noite, não da subida pra o outro bar, não na conversa com uma menina que fugiu de casa (procurando o que?), não dos conselhos... Mas daquele exato momento. Pessoas pulando, cantando, como se fosse o clímax de um filme, o ápice da noite. Milhões de universos que diariamente são julgados, em suas próprias visões, em suas depressões pessoais, nesse "misto quente" de angustias, explicações, problemas, felicidades/alegria, noções de liberdade, de amor (seja lá o que isso signifique pra cada um deles, no fim das contas).
E entendo. Entendo que nem todos ali pensam nisso, nem todos já pararam pra observar o êxtase do outro, ou até mesmo o outro em si... Nem todos ao menos buscaram o significado do que realmente seria a essência. E me pergunto.. Qual o significado daquilo tudo pra mim, daquele cigarro na mão, daquela latinha, daqueles pensamentos mal-elaborados, desse post, dessa falta de objetivo, dessa música (explosions in the sky), dessa depressão que vivemos e tentamos preencher com alguém, com positividade, com alegrias passageiras. Nem todos tem essa literatura. E seria ela, boa ou ruim no fim das contas? E, afinal, o que é bom e ruim?
Então esqueço, volto a encarar tudo de frente, porque se esconder atrás de algo não me agrada. E a literatura, ou a arte em si, a filosofia.. As mesmas que me fizeram chegar nesse estado, nesse ponto sem equilíbrio ou lógica... Me acalmam, simplesmente. Me fazem acreditar que não estou sozinha, que ainda que ninguém queira me acompanhar ou viver essa aventura comigo, posso contar com estas duas, com seus autores, com seus maravilhosos universos que de uma forma ou de outra tendem a me entender. Ou que não entendam, o fato é que vivo tentando me entender e quando não me encontro sozinha, volto pra estas duas que sempre me acham, always there. Obrigada, pai, obrigada, mãe, por, além de tudo, me apresentar essas duas que sempre irão estar comigo, apesar de me deixarem nesse estado lamentável de post de blog pra se expressar... Porque, no fim, elas sempre me ajudam. Fazem ver que, apesar de tudo, com este universo cheio de universos e pensamentos confusos tudo é extremamente incrível e viver essa 'aventura' não é apenas algo doloroso, mas prazeroso ao extremo, se vivenciadas com a 'ajuda' dessas duas.
É, concordo ao passo que discordo com a frase que ‘ser ignorante é ser mais feliz’, porque, sinceramente, depois que se conhece a luz ninguém quer voltar ao estado mediocre de se estar preso em uma caverna. Porque talvez esse seja o MEU sentido, no final. Conhecer, explorar, sentir todas as dores e prazeres que a vida pode proporcionar, refletir, questionar e além de tudo SE questionar... Talvez essas paradas aleatórias e estranhas no meio da noite que dêem sentido pra que tudo se torne belo, ou ao menos agradável. Para que tudo não passe apenas de uma forma de diversão, mas repleta de significados que se tornam essenciais, não apenas para que esse blog continue mas que haja alguma lógica ou graça na vida.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

almost by concretismo.

ela acorda olha o relógio pensa no dia pensa na prova se levanta vai no banheiro tira a roupa entra no box liga o chuveiro olha a água cair pensa nele molha o corpo passa shampoo passa sabonete enxágua o cabelo enxágua o corpo passa condicionador enxágua o cabelo sai do box coloca roupão se olha no espelho volta pro quarto tira o roupão se enxuga pensa nele veste a calcinha sutiãn camisa calça meia seca franja pensa nele coloca tenis sai do quarto toma suco come pão pensa nele escova os dentes pega os livros os cadernos vai pro carro sai de casa dá bom dia pensa nele para no sinal pensa nele pensa na prova pensa nas fórmulas olha o celular chega no colégio dá bom dia entra na sala dá bom dia senta numa cadeira pensa nele olha o celular pensa nele espera a aula começar pensa nele assiste as aulas pensa nele quer sair dali olha o celular pensa nele pensa na prova pega o outro caderno estuda outra matéria tenta prestar atenção conversa com alguém intervalo come um salgado conversa com alguém pensa nele pensa na prova escuta música revisa pra prova começa a prova vai pra sala vê as questões começa a resolver pensa nele outra questão 'como fazer essa?' pensa nele pensa nas questões pede cola recebe ou não fica impaciente resolve o resto pensa nele chuta alguma acaba a prova sai do colégio espera o carro vai conversando chega em casa come liga o computador assiste alguma coisa pensa nele olha orkut twitter fotolog vai pra sala estuda pensa nele pensa em entrar no msn desiste volta a estudar tem sono pensa nele dorme para de pensar nele.